sexta-feira, 28 de maio de 2010

Poema da Cidade/3

Em meus pensamentos desmaio
Como uma gota solta no ar
E lembro que no mês de maio
Tenho culturas para revirar

São fortes com qualquer concreto
Que é tão difícil de se quebrar
É impossível que me lamento
Venha um dia revigorar

Enquanto caminho nesta cidade
Mantenho as luzes pra me guiar
E isso tudo que parece eternidade
Vem de mansinho para acalmar

É o Amor que me sustenta
Nem esforço humano é eficaz
Sinto meu amor que me alimenta
Querendo sempre me trazer paz.

Vagaluminosidade/3



É incrível pensar em você
e difícil esperar que me chame.
Pois, sentir é uma escolha!
Estar apaixonado é involuntário!

Não se pede, nem se ganha.
Somente vive-se!

Então presumo que,
Viver seja deixar o sentimento acima das escolhas
Pra que num acreditar exista apenas a sem escolha de brilhar,
e assim refletir essa luminosidade que vaga sem entender.

Foto: Jr Köche.

domingo, 9 de maio de 2010

Mãe/1

Com Amor incondicional
E um exagerado cuidado
Tem uma força especial
Presente a qualquer chamado

Perde os sonos dos seus dias
Com sorrisos em seu rosto
Tem infinitas moradias
Porque assim é o seu posto

Não tem quem substitua
Nem nada que a compare
Pois essa vida se intitula
Um coração todo que se abre.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Cais

Com vontade de subir
Me vi caindo sem querer
Fotografando algum sorrir
Pra que eu entenda o que é vencer

Não tenho escolha para parar
Nem que determine o meu correr
Talvez a lógica seja o Amar
Mesmo com um tanto de sofrer

A vida é o cais a procurar
Imensidão de um bem querer
Não tem porque um descansar
Nem mesmo muito para saber.

Por: Tania Franco Carvalhal - Porta Giratória/Mario Quintana



A diferença

A diferença entre um poeta e um louco é que o
poeta sabe que é louco... Porque a poesia é uma
loucura lúcida."

A articulação entre loucura e lucidez define o fazer
poético. Como símiles de realidade e imaginação, são
dois extremos que amparam a criação. Por isso dirá
sobre "Poesia":

Impossível qualque explicação: ou a gente
aceita à primeira vista, ou não aceitará nunca: a
poesia é o mistério evidente. Ela é óbvia, mas não
é chata como um axioma. E embora evidente, traz
sempre um imprevisível, uma surpresa, um desco-
brimento.

Mais uma vez é a junção de dois elementos opostos,
aqui mistério evidente, que identifica a poesia. Para
Quintana sempre imagem pura, o poeta extraindo de
pequenos nadas um sentido oculto como está em

?
Que artista teria inventado o nosso ponto de interro-
gação? Ele já tem a forma de uma orelha que escuta.

Ou a "Coincidência":

Às vezes a gente acha que está dizendo bobagem
e está fazendo poesia.

No entanto,o poeta tem o domínio dos recursos
que qualificam a sua poesia.

LIVRO: Mario Quintana - Porta Giratória, p.16, 17.

Vagaluminosidade/2

Se num vento eu me sentir
O mais frágil ser humano
Que ainda pensa que vai cair
Viveria menos que um ano

Não saberia do Amor maior
Que voa leve como uma pena
Mesmo tão duro no interior
Mas que mantém a vida plena

Durando centenas de idades
Brilhando numa posição
Que vaga luminosidades
Onde não tem explicação.

Ventiladores

Eu choro canto grito
E ainda assim acho bonito
Coisas que sempre admito
Só acabaram no infinito

Dou um Ar para as dores
Deixo de lado as frustrações
Com as marcas dos amores
Que não passam de emoções

Tenho em mim os meus desejos
Onde anseio as alegrias
Que me trazem bons sossegos
E despertam as euforias

Esse vento que aqui bate
É tão grande quanto o Mar
Ninguém nunca se debate
Porque tem alguém pra amar.

Canta Conto/2

Sua mão adormeceu
Num contato emocional
Imaginando aquele encontro
Só pensava em atar
O seu elo sem tamanho
Que ninguém pode notar

Vai calando por um tempo
Alguém sabe o que que há?

Mas seu peito estremeceu
Num disparo surreal
Vendo aquela maravilha
Com que o Sol fazia par
No apelo sem escolha
Ressaltava por um lar

Implorando ao mundo inteiro
Outro jeito já não há!

Sempre quis um bom motivo
Mas não quer acompanhar
Vivendo um pouco abatido
Sem querer desabafar