terça-feira, 28 de junho de 2011

Inquieto

Eu faço coisas
Vejo pessoas
Detesto a falta de bobagens
Sinto boas coisas
E só sei que;
Você é tão bela,
que qualquer coisa que se possa fazer
é pouco para que as pessoas entendam
Para que se possa explicar sem nenhum humor
e para que eu possa me sentir quieto

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Gingado

Dizia ele; O que você amor se fez,
foi seu bocado de gingado manso!
Um jeito leve de embalar que danço
Que mal nenhum já mais desfez

Minha luta agora é poder fazer,
com que seu samba chore em pedaço.
E haja entre nós um envolver, um laço.
Quem enfim tome todo o meu ser

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Aqui

Levanto do sofá e caminho lentamente
chegando à janela consigo ver concreto
Olho um bocado do céu e como é tão delicado
É ele através das paredes, é ele se exibindo
é isso e mais um pouco aquilo que construímos
Passam verões chegam invernos
tantas lamentações, tantos caminhos sem fim
todos são por aqui um pouco dessas paredes
pintadas, opacas, paredes manchadas
Invernos são aconchego do corpo
os dias cinzentos, as pessoas resfriadas
encapuzadas, amarguradas
batendo os queixos, sorriso trêmulo
Nem todas são assim angustiadas
algumas que podiam ser cobertas
talvez só precisam ser pintadas
outras que não pensam em ir embora
pensam que estão em casa

terça-feira, 7 de junho de 2011

Bocejo

Olhos engatilhados
Bocas a bocejar
Ouvidos irritados
Mãos que querem falar

Quantos momentos são raros?
Quanto podemos pagar?
Canso-me de todos os fatos
Que me fazem vomitar

Quem precisa de memória
Nesse canil da vida?
Não querem lembrar da história
Só querem é ser servidas

Os olhos ficam atentos
As bocas revelam cansaço
Os ouvidos sempre tão fartos
Que as mãos se perdem no ar

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Sobre o Apego/1

Fim de tarde é um caos
Pode ser também sossego
Todos temos nossos maus
O que muda é o apego