sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Silêncio inquieto

Acordou, despertou
Manhã nublada
Silêncio inquieto
A sua jornada
Vai sem lamento
Só o que espera
É a hora certa
Não de ponteiros
Incerto é dúvida
Se não insiste
Talvez evite
O que é de ida
Vai sempre em frente
E se demora
Viva o presente

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Os outros e eu

Num pensamento
Desejo explícito
Contentamento
Assim existo

Embora aconteça
É um acaso
A quem esqueça
Que tem fracasso

O mundo gira
Pelos encontros
E o que inspira
São só os outros

Um bom sorriso
Só por pensar
Feliz preciso
Me reencontrar

Estou perdido
Por desejar
O meu pedido
O meu penar

Que acrescenta
Que alivia
O que se tenta
Se vive um dia

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Num calor

Segunda quente
Não tinha nem ressaca
Mas o corpo derretia
Num sol que rachava
Parecia vegetar
Com o corpo adormecido
Era um dia fervoroso
Não havia parecido
Seus olhos ficavam pesados
Sua respiração era lenta
Com seu corpo sufocado
A cabeça ainda inventa
Seu alívio ou sua culpa
Seu sucesso e sua luta
São escolhas para ser
Ser depende da escolha
Uma coisa é viver
Só não viva numa bolha
Eram essas suas ideias
Era isso que vivia
Pelo menos ele tentava
Só com ele competia
E enquanto o sol trilhava
Seu destino de se pôr
Ele apenas só lembrava
Que às vezes faz calor

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

A menina sem eira nem beira


Estava caminhando e se perdendo
Era esse o objetivo
O tal contentamento
Perdia mais que ganhava
Sentia mais que esperava
Sorria anestesiada
Era o brilho dos dias
As canseiras das tarde
Euforias nas noites
E suas falsas verdades
Não podia segurar
Muito menos controlar
Distribuia venenos
Bastava o toque dos dedos
Ficava vazia e não se abatia
Confundia arrependimento com remorso
Muitas vezes conquista com fracasso
Andava sem eira nem beira
E dormia às noites contente
Tinha um jeito guerreira
Só não era valente

Conversas, canções e luar

Deixo os comprimidos
Aumento bem o som
Olhos estão úmidos
Algumas mudanças de tom

Sei que quero o melhor
Mas o que é melhor que sonhar?
Conversas sem pudor?
Memórias a lembrar?

Quero um pouco da doçura
Que as vezes vozes exalam
Sempre tem uma que dura
Outras que se espalham

Quando se pensa com amor
Onde tem vacilar?
Conhecer é exercício amador
Se deixa de lado o jugar

Sensação quando embaçada
Pensasse um pouco sozinho
Uma coisa nada engraçada
É que o mundo é um moinho

Então os comprimidos se vão
Agora música em doses diárias
Me levam na contra mão
Porém não são ordinárias

Lembro da utopia
Que leva-me sem parar
E tudo que ainda tinha
Podia ser lamentar

Por isso levei adiante
Não temo em continuar
O que preciso bastante
Conversas, canções e luar