domingo, 5 de dezembro de 2010

Perambulando

Eu sou o amor avulso perambulando
Sou a mulata sorrindo e sambando
O peso da gente virando palha
Imensa alegria que se espalha.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Sabe lá

Meu coração é tão
Sabe lá ou não
Bate, bate normalmente

Tem gente cega
Que sempre nega
O que tem interiormente

Será que espera?
Ai quem me dera
Melhoras eternas.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Feições agradáveis

Uma vida ligeira, maravilhosa
Do lado de uma constelação
Que atrai uma humilde prosa

Preferencialmente dirijo
Com calma de coração
Em nada jamais exijo

Formosa!
Deslumbrarão.

Possibilita que eu não me canse
Indica uma solução
Nunca que eu passasse

Formosa!
Inquietação.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Porque Era Ela, Porque Era Eu



Eu não sabia explicar nós dois
Ela mais eu
Porque eu e ela
Não conhecia poemas
Nem muitas palavras belas
Mas ela foi me levando pela mão
Íamos tontos os dois
Assim ao léo
Ríamos, choravamos sem razão
Hoje lembrando-me dela
Me vendo nos olhos dela
Sei que o que tinha de ser se deu
Porque era ela
Porque era eu



Chico Buarque

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Conto amigo



Saído de um conto de "fadas" moderno
Com sua fragilidade aparente
Seus movimentos suaves
A sua efervescência poética
Me anima e alegra
Será que também sou um poeta?
Sei que tenho um amigo poeta
Que venha Nerudas, Galeanos...
Mas você tem um lugar especial
Em minha estante virtual.

Por: Marcos Martins
Foto: Junior Köche

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Um rapaz

Conheci um rapaz boa gente
Cultivador de uma grande amizade
O que para muitos é indiferente
Ele chama de humildade

Tem seus gestos reconhecidos
Quando simplesmente fala
Se há alguém adormecido
Não é ele quem embala

Mas conheço pouco desse ser
Que vê arte em movimento
E respira para aprender
Tudo que é conhecimento

Se estou errado me desminta
Defina assim como preferir
E quem puder que sinta
A grandeza que ele sente ao sorrir.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Por boca cerrada entran las moscas





Es tan poco lo que sabemos
y tanto lo que presumimos
y tan lentamente aprendemos, 
que preguntamos, y morimos.
Mejor guardemos orgullo
para la ciudad de los, muerto
en el día de los difuntos
y allí cuando el viento recorra
los huecos de tu calavera
te revelará tanto enigma, 
susurrándote la verdad
donde estuvieron tus orejas.

Pablo Neruda— mas o tempo

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Alvos do acaso

Todos já ouviram sobre o amor
Poucos sentiram com ele é
Uns até viveram com a dor
Pois quem ama sempre tem alguma fé

Fé que precisa de afeto
Duradouro não de momento
Mesmo que haja um sentimento
Tem que ser algo completo

Algo além do inexplicável
Que nos quebra e nos conserta
Quando o bem é inevitável
Mantém a porta aberta

Mais se um dia ela fecha
É uma triste realidade
Como um arco sem a flecha
Que não tem utilidade.

Poemas



Meus Poemas são reflexões do dia-a-dia,
do interior, do que limita.
Não são conselhos, mas podem ser seguidos,
não são perguntas, mas podem ser questionados,
não são a única verdade, mas pode nos fazer
deixar as mentiras.
Não são a Vida, mas podem ser incluídos nela.
Não são a morte, mas podem matar todos os nossos egos,
não são respostas, mas podem tirar muitas dúvidas.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Coração meu

Meu coração sem barreiras
Com muita vontade se entrega
Avança sem eira nem beira
Os males da vida renega
Por isso peca
Cobiça o que não é seu
Coração meu.

Junior Köche / Marcos Martins

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Minha Maria

Se um dia eu caisse
em um infinito de tristeza
e minha voz talvez,
jamais viesse ser a mesma.
Por mais fraca, por mais gasta
ela ainda falaria:
Que te amo minha Maria.
E jamais entenderia
porque sempre me esqueço
e não guardo isso em silêncio.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Embora

Todos os dias procura
Felicidades sem tamanho
Porque de tanta amargura?
Sinto muito, é acanho?

Sente sua razão
Sabe como é sonhar
Só leva seu coração
Se as mãos pequenas atar

Quer sempre mais um pouco
Não que esteja infeliz agora
Entrega seu coração louco
Como quem vai embora

Embora do que copia
Daquilo que não se ergue
Pega a primeira via
Para o seu não se entregue

Canção Amiga


Eu preparo uma canção
em que minha mãe se reconheça,
todas as mães se reconheçam,
e que fale como dois olhos.

Caminho por uma rua
que passa em muitos países.
Se não se vêem, eu vejo
e saúdo velhos amigos.

Eu distribuo um segredo
como quem anda ou sorri.
No jeito mais natural
dois carinhos se procuram.

Minha vida, nossas vidas
formam um só diamante.
Aprendi novas palavras
e tornei outras mais belas.

Eu preparo uma canção
que faça acordar os homens
e adormecer as crianças.

Carlos Drummond Andrade

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Santo Grão

Todos temos um santo
É um grão dentro de nós
Pronto a florescer tanto
Que desfaz todos os nós

Cada dia é um novo presente
Que agarramos com muita força
Nada nunca fica ausente
Quando temos esperança

Cada vez mais naturais
É o que buscamos de coração
Pra que a vida seja mais
Que uma simples devoção

Pros momentos casuais
Buscamos sempre a alegria
Pra que a vida dos demais
Estejam sempre em harmonia

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Carta a Vida

Chegado dia da alegria,

Prazer em conhece-lo, tenho muito a perguntar;
pra saber de sua forma e entender se é este o caminho que estou tomando.
Se desta maneira serei o conquistado ou o conquistador.
Receio que o tempo seja longo e seria difícil acreditar em um único dia.
Mas entendo agora que imaginar não é acreditar.
Até por que eu vivo imaginando coisas que me alegram
de infinitas formas e essa não é a maior certeza que tenho
sobre o chegado dia da alegria

será você um nascer e um pôr do sol?

Porque se for assim, penso que é gentil da sua parte
fazer com que os sonhos da noite nos encham de imaginação
a ponto de nos fazer acordar acreditando que um novo
chegado dia da alegria vai luzir.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Sonho


Meu sonho se baseia simplesmente em felicidade,
contagiando as pessoas que me cercam e
me enchendo das fortes e belas experiências das pessoas
que procuram em primeiro lugar viver bem.
Por isso acredito que meu sonho não está tão longe
nem é tão difícil de alcançar e assim os demais projetos
vêm por acaso, me fazendo um conquistador
dos meus alvos e objetivos.
Um passo de cada vez para que assim meu lar, minha família,
meus estudos possam fazer parte da grandeza
de um alguém que não se contenta com meros presentes,
mas que vê o futuro se transformar com a base
que é um coração pronto e disposto a se inundar.

Das perguntas.

O amor é coisa forte ou será uma fraqueza?
Um momento que domina ou uma vida que liberta?
Será só imaginação ou fato bem concreto?

Tantas coisas para pensar me deixam inquieto

Eu não sei ao certo o que é, talvez nem nunca vou saber
E do que adianta procurar? Se muito menos sei me compor.

Se nem sei...

Para onde vão as lágrimas?
Me diga, porque dos nós?
Se é que existe um pouco de bondade em todos nós.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

transformações.

Quando nascemos não entendemos nada sobre este mundo.
Mesmo assustados, com fome, frio, dores e um choro que pode se dizer,
ser a língua de todos os recém-nascidos.
Vemos milhões de coisas novas.
A maioria delas sorrisos que não desaparecem dos nossos olhos
mesmo ainda embaçados.
Com o passar do tempo começamos a acreditar nas coisas.
Basta um simples choro e sabemos. O que queremos virá.
É como se o coração mais puro, mais limpo não temesse qualquer
tipo de falha, falta ou imensa tristeza de não ser correspondido.
Então chega uma hora que a vida te deu pedaços, pedaços esses que
foram formados por um Amor ou talvez por um ódio, conquista ou derrota,
vontade ou canseira. Não tudo isso junto necessariamente.
E que nos faz parar e pensar...
Nem tudo que tivemos, será tanto nosso.
Nem tudo que ganhamos, terá tanto valor.
Nem tudo que hoje somos, fará tanta importância.
Então é preciso estar sempre retocando, como uma casa em infinita mão de obra.
Para que esses pedaços possam estar enfim em harmonia
E nos fazendo cada dia uma criança que se responsabiliza pela vida
e brinca de ser feliz.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Sobre o amor - Ferreira Gullar


O amor é, portanto, na sua origem, liberação e aventura. Por definição, anti-burguês. O próprio da vida burguesa não é o amor, é o casamento, que é o amor institucionalizado, disciplinado, integrado na sociedade. O casamento é um contrato: duas pessoas se conhecem, se gostam, se sentem a traídas uma pela outra e decidem viver juntas. Isso poderia ser uma COisa simples, mas não é, pois há que se inserir na ordem social, definir direitos e deveres perante os homens e até perante Deus. Carimbado e abençoado, o novo casal inicia sua vida entre beijos e sorrisos. E risos e risinhos dos maledicentes. Por maior que tenha sido a paixão inicial, o impulso que os levou à pretoria ou ao altar (ou a ambos), a simples assinatura do contrato já muda tudo. Com o casamento o amor sai do marginalismo, da atmosfera romântica que o envolvia, para entrar nos trilhos da institucionalidade. Torna-se grave. Agora é construir um lar, gerar filhos, criá-los, educá-los até que, adultos, abandonem a casa para fazer sua própria vida. Ou seja: se corre tudo bem, corre tudo mal. Mas, não radicalizemos: há exceções — e dessas exceções vive a nossa irrenunciável esperança.

Conheci uma mulher que costumava dizer: não há amor que resista ao tanque de lavar (ou à máquina, mesmo), ao espanador e ao bife com fritas. Ela possivelmente exagerava, mas com razão, porque tinha uns olhos ávidos e brilhantes e um coração ansioso. Ouvia o vento rumorejar nas árvores do parque, à tarde incendiando as nuvens e imaginava quanta vida, quanta aventura estaria se desenrolando naquele momento nos bares, nos cafés, nos bairros distantes. À sua volta certamente não acontecia nada: as pessoas em suas respectivas casas estavam apenas morando, sofrendo uma vida igual à sua. Essa inquietação bovariana prepara o caminho da aventura, que nem sempre acontece. Mas dificilmente deixa de acontecer. Pode não acontecer a aventUra sonhada, o amor louco, o sonho que arrebata e funda o paraíso na terra. Acontece o vulgar adultério - o assim chamado -, que é quase sempre decepcionante, condenado, amargo e que se transforma numa espécie de vingança contra a mediocridade da vida. É como uma droga que se toma para curar a ansiedade e reajustar-se ao status quo. Estou curada, ela então se diz — e volta ao bife com fritas.

Mas às vezes não é assim. Às vezes o sonho vem, baixa das nuvens em fogo e pousa aos teus pés um candelabro cintilante. Dura uma tarde? Uma semana? Um mês? Pode durar um ano, dois até, desde que as dificuldades sejam de proporção suficiente para manter vivo o desafio e não tão duras que acovardem os amantes. Para isso, o fundamental é saber que tudo vai acabar. O verdadeiro amor é suicida. O amor, para atingir a ignição máxima, a entrega total, deve estar condenado: a consciência da precariedade da relação possibilita mergulhar nela de corpo e alma, vivê-la enquanto morre e morrê-la enquanto vive, como numa desvairada montanha-russa, até que, de repente, acaba. E é necessário que acabe como começou, de golpe, cortado rente na carne, entre soluços, querendo e não querendo que acabe, pois o espírito humano não comporta tanta realidade, como falou um poeta maior. E enxugados os olhos, aberta a janela, lá estão as mesmas nuvens rolando lentas e sem barulho pelo céu deserto de anjos. O alívio se confunde com o vazio, e você agora prefere morrer.

O trecho acima foi extraído do livro "A estranha vida banal", editora José Olympio - 1989, e consta da antologia "As 100 melhores crônicas brasileiras", Editora Objetiva, pág. 279 - Rio de Janeiro - 2005, organização e introdução de Joaquim Ferreira dos Santos.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Eduardo Galeano



“Na parede de um botequim de Madri, um cartaz avisa: Proibido cantar. Na parede do aeroporto do Rio de Janeiro, um aviso informa: É proibido brincar com os carrinhos porta-bagagem. Ou seja: Ainda existe gente que canta, ainda existe gente que brinca”

---

O medo seca a boca, molha as mãos e mutila.
O medo de saber nos condena a ignorância; o medo de fazer
nos reduz à impotência.
A ditadura militar, medo de escutar, medo de dizer, nos converteu
em surdos e mudos.
Agora a democracia, que tem medo de recordar, nos adoece na amnésia;
mas não se necessita ser Sigmund Freud para saber que não existe tapete
que possa ocultar a sujeira da memória.
(Livro dos Abraços)

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Poema da Cidade/3

Em meus pensamentos desmaio
Como uma gota solta no ar
E lembro que no mês de maio
Tenho culturas para revirar

São fortes com qualquer concreto
Que é tão difícil de se quebrar
É impossível que me lamento
Venha um dia revigorar

Enquanto caminho nesta cidade
Mantenho as luzes pra me guiar
E isso tudo que parece eternidade
Vem de mansinho para acalmar

É o Amor que me sustenta
Nem esforço humano é eficaz
Sinto meu amor que me alimenta
Querendo sempre me trazer paz.

Vagaluminosidade/3



É incrível pensar em você
e difícil esperar que me chame.
Pois, sentir é uma escolha!
Estar apaixonado é involuntário!

Não se pede, nem se ganha.
Somente vive-se!

Então presumo que,
Viver seja deixar o sentimento acima das escolhas
Pra que num acreditar exista apenas a sem escolha de brilhar,
e assim refletir essa luminosidade que vaga sem entender.

Foto: Jr Köche.

domingo, 9 de maio de 2010

Mãe/1

Com Amor incondicional
E um exagerado cuidado
Tem uma força especial
Presente a qualquer chamado

Perde os sonos dos seus dias
Com sorrisos em seu rosto
Tem infinitas moradias
Porque assim é o seu posto

Não tem quem substitua
Nem nada que a compare
Pois essa vida se intitula
Um coração todo que se abre.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Cais

Com vontade de subir
Me vi caindo sem querer
Fotografando algum sorrir
Pra que eu entenda o que é vencer

Não tenho escolha para parar
Nem que determine o meu correr
Talvez a lógica seja o Amar
Mesmo com um tanto de sofrer

A vida é o cais a procurar
Imensidão de um bem querer
Não tem porque um descansar
Nem mesmo muito para saber.

Por: Tania Franco Carvalhal - Porta Giratória/Mario Quintana



A diferença

A diferença entre um poeta e um louco é que o
poeta sabe que é louco... Porque a poesia é uma
loucura lúcida."

A articulação entre loucura e lucidez define o fazer
poético. Como símiles de realidade e imaginação, são
dois extremos que amparam a criação. Por isso dirá
sobre "Poesia":

Impossível qualque explicação: ou a gente
aceita à primeira vista, ou não aceitará nunca: a
poesia é o mistério evidente. Ela é óbvia, mas não
é chata como um axioma. E embora evidente, traz
sempre um imprevisível, uma surpresa, um desco-
brimento.

Mais uma vez é a junção de dois elementos opostos,
aqui mistério evidente, que identifica a poesia. Para
Quintana sempre imagem pura, o poeta extraindo de
pequenos nadas um sentido oculto como está em

?
Que artista teria inventado o nosso ponto de interro-
gação? Ele já tem a forma de uma orelha que escuta.

Ou a "Coincidência":

Às vezes a gente acha que está dizendo bobagem
e está fazendo poesia.

No entanto,o poeta tem o domínio dos recursos
que qualificam a sua poesia.

LIVRO: Mario Quintana - Porta Giratória, p.16, 17.

Vagaluminosidade/2

Se num vento eu me sentir
O mais frágil ser humano
Que ainda pensa que vai cair
Viveria menos que um ano

Não saberia do Amor maior
Que voa leve como uma pena
Mesmo tão duro no interior
Mas que mantém a vida plena

Durando centenas de idades
Brilhando numa posição
Que vaga luminosidades
Onde não tem explicação.

Ventiladores

Eu choro canto grito
E ainda assim acho bonito
Coisas que sempre admito
Só acabaram no infinito

Dou um Ar para as dores
Deixo de lado as frustrações
Com as marcas dos amores
Que não passam de emoções

Tenho em mim os meus desejos
Onde anseio as alegrias
Que me trazem bons sossegos
E despertam as euforias

Esse vento que aqui bate
É tão grande quanto o Mar
Ninguém nunca se debate
Porque tem alguém pra amar.

Canta Conto/2

Sua mão adormeceu
Num contato emocional
Imaginando aquele encontro
Só pensava em atar
O seu elo sem tamanho
Que ninguém pode notar

Vai calando por um tempo
Alguém sabe o que que há?

Mas seu peito estremeceu
Num disparo surreal
Vendo aquela maravilha
Com que o Sol fazia par
No apelo sem escolha
Ressaltava por um lar

Implorando ao mundo inteiro
Outro jeito já não há!

Sempre quis um bom motivo
Mas não quer acompanhar
Vivendo um pouco abatido
Sem querer desabafar

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Desabafo Ascarois

Caroline me deprime
Quando eu vejo a cidade a chorar
Vivendo de um jeito frustrado
Correndo pra lá e pra cá

Caroline me ensine
Como eu devo aprender?
Que agora estou a dois passos
Do paraíso sem fim

Se não fosse as estrelas
Se não fosse o luar
Que seria de nós?
Quem seria feliz?

Carolina me fascina
Ver as pessoas em paz
Respeitando uns aos outros
Porque isso satisfaz

Carolina minha amiga
Como posso e quero saber?!
Porque ninguém mais ensina?
O que eu devo aprender

Oh minhas carois
Eu arremesso os anzóis
E faço com que as palavras
Nunca se percam a sós

Oh minhas carois
Pra que desfaça esses nós
Quero que essas palavras
Nunca se afastem de nós

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Silêncio

Há silêncio em um lugar
Que eu ouso questionar

Não existe quem responda
Nem quem possa perguntar

Lentamente algo se atrele
Procurando impressionar

São os olhos do contente
Que se dobram a chorar

Uma noite mal dormida
Pra quem vive do sonhar

O peito de um valente
Que agora perde o ar

A presença de carinho
Que só fica no pensar

Qualquer seja a palavra
Hoje insiste em se ausentar.

Poema da Cidade/2

Faz tanto frio bem nessa terra
Que me abraçou que me sorriu
É tão intenso como uma guerra
O forte inverno que faz Abril

Sentado penso em pé descanso
Bem mais corrido sempre ligeiro
Embora pense que eu me canso
É ao seu lado que sou inteiro

Não vejo sombras nem mesmo Sol
Esta cidade produz fumaça
Uma cortina como um lençol
Onde jamais se perdeu a graça

Nasceram sambas de alguns poetas
Que tão depressa trouxeram cores
Trancaram celas abriram portas
Colhendo lágrimas de seus amores

Uma cidade imensa assim
Como as histórias que aqui se ouve
Foram pra eles o que é pra mim
Uma esperança que me aprouve.

quarta-feira, 31 de março de 2010

Ironia do Descaso/1

Quando todos se depararem
com as merdas nossas de cada dia
já não irão ter tempo para mudar
nem mesmo para chorar
ainda mais quando pensarem
onde foi que tanto erramos?
sem um pingo de vergonha
se esconderão pelos cantos
pra não ver as fortes cenas
que passarão bem mais atentas
pelos olhos dos infames
aos milhares de idiotas
que jamais pensaram aqui
e que olharam somente pra si
ou nunca nem mesmo pra si
pois esses sem amores
sentiram todo o vexame
dos seus gestos inconstantes
e seus meios incessantes
mas talvez entenderão
que agora essa dor
foi motivo do descaso
que fizeram do Amor.

terça-feira, 30 de março de 2010

Quantos São para quantos Sãos

Quantos calendários são precisos para somar?
Quantas mares cheias para inundar?
Quantos dias de verão para esquentar?
São poucas quantidades para comparar!

Quantos beijos são preciso para apaixonar?
Quantos abraços apertados para afetar?
Quantos olhares enredado para fixar?
São poucas atitudes para demonstrar!

Porque!?

Há tanto sentimento pra vivenciar
Com todo esse Amor que não exulta em transbordar
Um Amor que já não passa sem notar
Que no mais simples dos momentos faz calar.

segunda-feira, 29 de março de 2010

Vagaluminosidade/1

Meu pensamento sem direção
é algo muito além de emoção
É incontrolavelmente necessário
e sem dúvida simplesmente notável
Essa luminosidade de sentimentos
transborda a cada segundo
e por nenhum motivo tem compromisso
da necessidade de ser interpretado.
Pois como cada dia é um novo dia
cada brilho é um novo colorido..
e se isso significa algo a ser traduzido
chama-se inexplicável vagaluminosidade

sábado, 27 de março de 2010

Poema da Cidade/1

Há no céu uma chuva de tristeza
Que lava todo espaço sem pureza
Espalhando uma cidade com lamento
Abrigando todo e qualquer pensamento

Uma chuva que derrama sem prazer
Isso tudo que não cabe nem dizer
Quantos podem e que querem perceber
Que a vida passa às vezes sem querer

Um amor é o que pode segurar
A vontade que nos leva a melhorar
Não apenas um querido companheiro
Mas aquilo que nos torna mais inteiro

Se um dia tudo venha esmorecer
Que alguém grite depressa vem vencer
Pois aquilo que queremos conquistar
Nada mais é que um tempo pra pensar.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Canta Conto/1

Ele acorda cedo já com uma vontade
lava o rosto põe o óculos já numa saudade
toma o seu café bem quente
com seus pensamentos e o coração ardente

Quando ele confirma no relógio seu estado
embora passe o tempo nada esta bem programado
quer sua menina a sua mulher
com quem se alegra, muito bem sabe o que quer!

O dia vai passando e a ele resta só
apenas um suspiro, um espirro desse pó
tem os seus segundos de lamento
é um camarada que não nega sentimento

De todo dia a dia o que lhe faz tão bem
e o que não é de agora, é o que vai bem além
acalma com cuidado o coração
tudo que lhe move não se canta num refrão

Mais um dia que se passa um alivio a sua dor
que tortura e em seguida acrescenta a esse amor
ainda falta um pouco o dia não se pôs
mas suas palavras nunca ficam pra depois

Todo explendor que alguém não viu igual
é a forma que resume o que já não é normal
isso tudo no seu peito, bate agora sem parar
toda a simplicidade de alguém que quer amar